quinta-feira, 26 de maio de 2011

Celebridade no exterior, rúgbi nacional quer valorização local


Seleção brasileira aposta no bom momento, com a ascensão no ranking mundial, para dar mais visibilidade à modalidade.

Foz do Iguaçu - Quarto lugar nos dois últimos sul-americanos de rúgbi union (com 15 atletas em cada time), a seleção brasileira começa a colher os frutos da campanha de popularização interna deste que é o segundo esporte coletivo mais praticado no mundo. Com times de destaque concentrados no eixo Rio-São Paulo, a modalidade vem ganhando representação também em outros estados como Paraná, Santa Catarina e também na Região Nordeste.

“Muitas pessoas não sabem o que é o rúgbi, outras confundem com o futebol americano. Os campeonatos ainda não atraem muitas pessoas. Torcedores e fãs mesmo são poucos”, diz Fernando Portu­­gal, há 12 anos na seleção e 15 como jogador. Um dos poucos que consegue se dedicar exclusivamente à modalidade, o atleta do Bandeirantes (SP), lembra que nos últimos três anos o reconhecimento vem aumentando.

Outro importante reforço é a campanha publicitária da marca de material esportivo Topper com o slogan “Rúgbi, isso ainda vai ser grande”. No começo, lembra Por­­tu­­gal, alguns jogadores ficaram chateados. “Tanto esforço para tornar o esporte conhecido e a propaganda vem com essa brincadeira?”, questionaram alguns jogadores. Depois, contudo, o grupo soube tirar proveito da publicidade. “Fora do Brasil sempre fomos tratados como celebridades do esporte. Agora estamos começando a sentir esse reconhecimento aqui também”, comemora ele.

A mudança se deve principalmente às conquistas recentes e ao consequente avanço no ranking mundial. Desde 2009, quando o Brasil venceu pela primeira vez o Paraguai – até então o adversário imediato e principal rival –, foram galgadas 18 posições, passando do 45.° para o atual 27.° lu­­gar no ranking da International Rugby Board (IRB), na categoria masculina adulta.

“Isso tudo ajuda a motivar os jo­­gadores, não só na categoria principal. Agora é seguir melhorando”, comentou o argentino e técnico da seleção brasileira, Rodrigo “Toto” Camardon. O Brasil estreia hoje, às 16 horas, no Sul-Americano contra o Chile, um dos favoritos ao título.

O melhor resultado do Brasil na competição foi conquistado em 1964, em São Paulo, um segundo lugar. A meta da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) é garantir que as seleções masculina e fe­­minina estejam entre as 20 melhores do mundo até 2016, quando a modalidade voltará a fazer parte dos Jogos Olímpicos.

Fabiula Wurmeister, da sucursal/Foto:Marcos Labanca/Gazeta do Povo.

Matéria veicula na Gazeta do Povo , no caderno esporte dia 14/05/2011


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