Marcos Labanca/ Gazeta do Povo
Carlos Pracidelli ao lado Tadeu, 20 anos, aposta alviverde: formar goleiros para que o clube não tenha de contratar
Famoso por revelar jogadores como o
pentacampeão Marcos, treinador de goleiros tem no Coxa a missão de criar
um titular na posição, o que não acontece desde o final dos anos 80,
com Gerson
Questão de detalhes: Apesar de
“detalhes” ainda separarem Éverton Ribeiro (ao centro na foto) do
Cruzeiro, o jogador já treina com seus novos companheiros na Toca da
Raposa. No entanto, divergências nos valores ainda impedem que o atleta,
vinculado ao Coritiba, de assinar com a equipe mineira. O Alviverde
queria R$ 5 milhões para liberar o atleta. Porém, diante da opção do
meia, deve aceitar valor inferior. Outro entrave na negociação seria uma
pendência entre o empresário do jogador, Robson Ferreira, e o
Corinthians, clube formador. Mas, segundo apurou a reportagem, a questão
também estaria próxima de uma resolução
Mercado
Reforço mais festejado, Bottinelli acerta com o Coritiba por dois anosO Coritiba praticamente fechou o ciclo de contratações para a disputa do Paranaense. O último dos quatro reforços, e o mais comemorado, é o meia argentino Dario Bottinelli, que defendia o Flamengo e agora é atleta coxa-branca por dois anos. Apesar de o contrato ainda não ter sido assinado – por isso a diretoria alviverde ainda não confirmou o acerto –, o jogador chega amanhã a Foz do Iguaçu, onde o restante do elenco faz a pré-temporada.
O argentino era um desejo da diretoria desde o fim do ano passado, após o fim do vínculo com o Rubro-Negro carioca. Para contratá-lo o Coxa teve de vencer uma forte concorrência, algumas com propostas financeiras mais vantajosas. Pesou no acerto a proximidade com a Argentina.
“Está tudo resolvido. Só falta mesmo assinar. Mas não há nada que vai impedir que isso aconteça”, atestou o empresário do atleta, Jorge Di Natale, que já vinha encaminhando a negociação pró-Alviverde. “Sempre colocamos o Coritiba entre as nossas prioridades”, completou.
Antes de chegar ao Flamengo, o argentino de 26 anos acumulou passagens pelo San Lorenzo-ARG, Racing-AR, Universidad Católica-URU e Atlas-MEX. Pelo Rubro-Negro, disputou 90 jogos e marcou 11 gols. No Coritiba, ele terá a concorrência de, entre outros, Alex, Lincoln, Robinho e Thiago Primão.
Já se vão mais de 20 anos desde o período que Coritiba teve, por um tempo razoável, um goleiro formado no clube debaixo das traves. Foi Gerson, campeão paranaense em 1989. De lá para cá, apesar de algumas apostas, o torcedor coxa-branca viu apenas “terceirizados” no gol. História que o novo treinador de goleiros, Carlos Pracidelli, pretende mudar nos próximos anos – ele chegou em substituição a Rodrigo Maia, que se transferiu para o Internacional.
Conhecimento para isso ele tem. Reconhecido por formar Marcos e Diego Cavalieri, para ficar entre os mais famosos, o profissional recém-contratado quer colocar em prática o que fez em quase 19 anos de Palmeiras. Mais que treinar, ele quer formar arqueiros. E, principalmente, que eles não saiam do Alviverde, mas sim que continuem defendendo a camisa coritibana por vários anos.
“O que sei fazer é formar goleiros, não treinar goleiros. O convite que recebi [da diretoria] foi o de fazer isso. E espero que tenha tempo e felicidade de fazer aqui tudo aquilo que fiz no Palmeiras”, comenta Pracidelli, que acumula o cargo de treinador de goleiros da seleção brasileira – ele fez parte da comissão técnica pentacampeã, em 2002, no Japão. Ele que, na época em que usava luvas, defendeu o Pinheiros e o Atlético no final da década de 80.
Por isso, apesar de ainda não conhecer todos os treinadores de goleiros das categorias de base, pretende reunir todos os profissionais nos próximos dias para implementar de vez a filosofia formadora, em que todos pensem de maneira uniforme, desde as categorias mais infantis. A ideia é não precisar contratar arqueiros daqui para frente.
Para ele, a posição tem uma vantagem. É o goleiro que normalmente mais cria identidade com a torcida. Os exemplos mais comuns são Rogério Ceni e, o agora aposentado Marcos. “Sou suspeito para falar, mas o goleiro é o último dos moicanos. É quem tem de ser formado no clube. É quem demonstra e sente amor pelo clube”, continua.
Vanderlei, o atual goleiro titular, não foi formado no Alto da Glória. É a exceção, já que todos os outros que completam a posição – Vaná (21 anos), Tadeu (20) e Samuel (19) – têm em comum o fato de ter dados os primeiros passos na profissão dentro do CT da Graciosa. Nomes que Pracidelli espera tornar realidade. Segundo ele, capacidade técnica não falta aos atletas.
“Hoje temos goleiros fantásticos. Estamos, com certeza, no caminho certo e espero que eu possa ter a sabedoria de lapidar esses garotos. Com um pouco mais de tempo para amadurecê-los, num espaço não tão longo, poderemos vê-los entre os titulares”, projeta Pracidelli.
Gustavo Ribeiro, enviado especial / Foto Marcos Labanca/Gazeta do Povo
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