Marcos Labanca/Gazeta do Povo
Acampamento dos sem-terra se estende por 8 quilômetros, à espera para invadir propriedades próximas
Dez mil pessoas estão à espreita para invadir terras de brasileiros. Maior produtor do país inicia colheita sob escolta
Cerca
de 150 policiais mobilizados para cumprir uma ordem de reintegração de
posse em favor de dois agricultores brasileiros em Ñacunday, no
Paraguai, retornaram ontem a Ciudad del Este, na fronteira com Foz do
Iguaçu. Deixaram a região um dia depois que parte dos mais de 8 mil
sem-terra acampados às margens da estrada começou a avançar sobre
fazendas do Grupo Favero, um dos mais produtivos do país, que anteontem
voltou a colher soja com auxílio de escolta policial.
Os carperos – como são chamados em espanhol os que vivem em barracas – reivindicam uma área de mais de 167 mil hectares que alegam ser do Estado e que teria sido ocupada ilegalmente por estrangeiros, a maioria brasileiros, a partir de 1890. “Os produtores que hoje estão explorando estas terras não têm direito sobre elas. Os títulos que dizem ter são falsos. Não teríamos problema de dividi-las com os brasileiros, desde que provassem que têm direito sobre elas”, desafia o líder sem-terra Victoriano López.
Em cinco meses, o acampamento Santa Lucía passou de 200 para 10 mil carperos. “Temos condições de mobilizar mais de 30 mil, basta uma ordem da coordenação”, garante López. Na terça-feira, o grupo começou a avançar sobre as terras do brasileiro Tranquilo Favero. Os sem-terra deixaram a área pacificamente, antecipando-se à possibilidade de confronto armado e retirada forçada pela polícia em cumprimento à reintegração de posse. A estratégia é ganhar tempo, já que as decisões judiciais se referem à antiga ocupação. Agora ocupam 8 quilômetros sob as linhas de transmissão de energia da estatal Ande.
As invasões e ameaças contra os agricultores levaram o Consulado Brasileiro a solicitar, em nota, proteção policial aos produtores. “Os brasileiros envolvidos neste conflito possuem títulos de propriedades legalmente inscritos nos Registros Públicos, o que lhes garante plena validade, até que se demonstre em sentença definitiva de juiz competente que são nulos. Por isso, têm o direito expresso na Constituição Nacional de dispor de sua propriedade privado, a qual deve ser garantido pelas autoridades competentes.”
Fabiula Wurmeister, enviada especial / Gazeta do Povo
Os carperos – como são chamados em espanhol os que vivem em barracas – reivindicam uma área de mais de 167 mil hectares que alegam ser do Estado e que teria sido ocupada ilegalmente por estrangeiros, a maioria brasileiros, a partir de 1890. “Os produtores que hoje estão explorando estas terras não têm direito sobre elas. Os títulos que dizem ter são falsos. Não teríamos problema de dividi-las com os brasileiros, desde que provassem que têm direito sobre elas”, desafia o líder sem-terra Victoriano López.
Em cinco meses, o acampamento Santa Lucía passou de 200 para 10 mil carperos. “Temos condições de mobilizar mais de 30 mil, basta uma ordem da coordenação”, garante López. Na terça-feira, o grupo começou a avançar sobre as terras do brasileiro Tranquilo Favero. Os sem-terra deixaram a área pacificamente, antecipando-se à possibilidade de confronto armado e retirada forçada pela polícia em cumprimento à reintegração de posse. A estratégia é ganhar tempo, já que as decisões judiciais se referem à antiga ocupação. Agora ocupam 8 quilômetros sob as linhas de transmissão de energia da estatal Ande.
As invasões e ameaças contra os agricultores levaram o Consulado Brasileiro a solicitar, em nota, proteção policial aos produtores. “Os brasileiros envolvidos neste conflito possuem títulos de propriedades legalmente inscritos nos Registros Públicos, o que lhes garante plena validade, até que se demonstre em sentença definitiva de juiz competente que são nulos. Por isso, têm o direito expresso na Constituição Nacional de dispor de sua propriedade privado, a qual deve ser garantido pelas autoridades competentes.”
Fabiula Wurmeister, enviada especial / Gazeta do Povo
Foto : Marcos Labanca / Gazeta do Povo
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