quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Greve pode ocasionar falta de dinheiro em caixas eletrônicos, diz sindicato

Estimativa do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte de Valores e Escolta Armada do Paraná (Sindeesfort-PR) é de que poderá faltar dinheiro nos caixas eletrônicos já nesta sexta

A greve no Paraná dos seguranças que trabalham no transporte de valores com carros-fortes pode afetar o abastecimento de dinheiro nos caixas eletrônicos. A estimativa do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte de Valores e Escolta Armada do Paraná (Sindeesfort-PR) é de que poderá faltar dinheiro nos caixas eletrônicos já nesta sexta-feira (3). A categoria entrou em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (1º). Com a paralisação, a distribuição de dinheiro para as agências bancárias de todo o estado deve ser prejudicada.
O presidente do Sindeesfort-PR, Paulo Sérgio Gomes, afirmou que os caixas eletrônicos não operam no limite máximo por causa dos ataques constantes que foram registrados e por isso o desabastecimento pode ocorrer ainda nesta semana.
A decisão pela paralisação foi confirmada na noite de terça-feira (31), em assembleia da categoria. A previsão do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte de Valores e Escolta Armada do Paraná (Sindeesfort-PR) é de que a maioria dos 1,8 mil seguranças de transporte de valores tenha aderido à greve.
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana também disse que a possibilidade de haver falta de dinheiro nos caixas eletrônicos é grande.
Sobre os caixas físicos, o sindicato afirmou ser remota a possibilidade de os bancos ficaram sem dinheiro. Segundo o sindicato dos bancários, pode haver desequilíbrio em algumas agências, principalmente naquelas que fazem mais pagamentos do que recebimentos. Como há reservas e os bancos também seguem fazendo cobranças, a entidade não acredita que chegará ao ponto de haver desabastecimento nos caixas físicos.
A segurança no interior das agências bancárias não apresenta problemas, pois os vigilantes patrimoniais não entraram em greve.
A reportagem entrou em contato com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), por volta das 8h40, para saber se existe a possibilidade de haver desabastecimento nos caixas físicos e aguarda o retorno.
Interior do Paraná
Vigilantes que trabalham em empresas de transporte de valores em Londrina também entraram em greve na manhã desta quarta-feira (1º). Segundo o delegado sindical da categoria, Odair José Ferreira dos Santos, outras cidades como Maringá e Cascavel também participam do movimento, com 100% de adesão.
Reivindicações
Segundo Gomes, disse que o impasse surgiu na semana passada, quando foi aprovado, no dia 26 de janeiro, um indicativo de greve . Como a proposta patronal não melhorou, a paralisação foi confirmada. “Não houve nova proposta e mantiveram o que foi ofertado lá atrás, que era a reposição da inflação mais a renovação da convenção coletiva por dois anos.” O sindicato pede aumento acima da inflação.
A categoria reivindica reajuste salarial de 13%, convênio médico totalmente custeado pelas empresas, e inclusão do adicional de 30% por risco de vida no 13º salário e nas férias.
Além dos seguranças de carros-fortes, os chamados de tesoureiros também estão em greve. Eles são responsáveis pela montagem de malotes e contagem de dinheiro nas empresas.
A reportagem tentou entrar em contato com Sindicato das Empresas de Transporte de Valores do Paraná na noite desta terça-feira e também na manhã desta quarta-feira, por volta das 10h30, mas não obteve sucesso.
Vigilância patrimonial
Por outro lado, os funcionários que trabalham com vigilância patrimonial, como os vigilantes que ficam dentro de agências bancárias, aceitaram a proposta patronal e fecharam acordo de reajuste salarial na noite desta terça-feira (31). De acordo com o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana, cerca de 70% dos trabalhadores presentes na reunião da categoria concordou com o acordo.
O secretário geral do Sindicato dos Vigilantes, Ademir Pincheski, disse que a proposta foi aceita porque representou ganhos acima da inflação. “O reajuste total na massa salarial foi de 11,78%. Como a inflação no período (janeiro de 2010 a janeiro de 2012) deve fechar em 5,72% tivemos um aumento de 6,06% acima da inflação”, argumentou.
Pelo acordo, o piso salarial dos vigilantes patrimoniais subiu 6,94% e passou para R$ 1.140,00.
Já o adicional de risco de vida subiu 34,3% e passa a ser de R$ 180 por mês. O vale alimentação subiu 19,2% e será de R$ 15,50 por dia trabalhado, a partir de fevereiro.
  
Fernanda Leitóles, Heliberton Cesca e Amanda de Santa, do Jornal de Londrina

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