quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ecomuseu: uma viagem pedagógica pela fronteira

Marcos Labanca/ Gazeta do Povo
Marcos Labanca/ Gazeta do Povo / Túnel virtual com piso interativo mostra os efeitos da exploração descontrolada do meio ambiente  
Túnel virtual com piso interativo mostra os efeitos da exploração descontrolada do meio ambiente


Estimular o sentimento de pertencimento é uma das estratégias dos coordenadores dos projetos ambientais desenvolvidos pela Hidrelétrica de Itaipu para conseguir maior engajamento da população que integra a Bacia Hidrográfica do Rio Paraná 3 – área que compreende cerca de 8 mil km2 de afluentes que lançam suas águas diretamente no Rio Paraná, onde está situado o Lago de Itaipu. Parte deste trabalho, realizado em 29 municípios do Oeste do Paraná, pode ser visto e desenvolvido no Ecomuseu de Itaipu, em Foz do Iguaçu, reaberto no início do mês depois de quase dois anos de reformas.
O local é dividido em cinco espaços temáticos e expositivos. Entre eles, o que chama mais atenção é o “Módulo Gestão Socioambiental: uso qualificado do território”. Depois de conhecer parte do passado da região, da pré-história ao período de construção da usina, e entender como funciona a produção e transmissão de energia elétrica em Itaipu – com uma réplica em 60% do rotor de uma das unidades geradoras –, o visitante chega a um túnel virtual com piso interativo.
Água Boa
Ação recupera microbacias
Mais do que envolver apenas as 13 cidades lindeiras ao Lago de Itapu, o Programa Cultivando Água Boa desenvolve atualmente 25 projetos e 65 ações nos 29 municípios da região que integram a Bacia do Paraná 3, em uma área por onde se espalha mais de 1 milhão de habitantes. O programa teve início em 2003, desde o começo como alternativa de enfrentamento às drásticas mudanças climáticas mais intensamente notadas na última década.
Por entender que os efeitos dessas alterações são um sério risco à sobrevivência humana e estão diretamente relacionados com a água e seus múltiplos usos (a produção de alimentos e de energia, o abastecimento público, o lazer e o turismo), as ações de educação, recuperação e preservação socioambientais são desenvolvidas levando em conta esses e outros aspectos.
As ações vão desde a recuperação de microbacias – cerca de 150 – e a proteção das matas ciliares e da biodiversidade, até a disseminação de conhecimentos que contribuem para o cuidado e o respeito ao meio ambiente.
Serviço
O Ecomuseu recebe visitantes de terça a domingo, das 8 às 17 horas. Os ingressos custam R$ 8 (inteira). Mais informações: www.turismoitaipu.com.br.
No chão, conforme se anda sobre a projeção, imagens de um solo seco dão espaço a farta vegetação e sons que reproduzem a vida em uma floresta. Os efeitos da exploração descontrolada do meio ambiente apontam para o papel de cada um na sustentabilidade do planeta. “Este é um espaço voltado à comunidade, daí o nome Ecomuseu, conceito criado pelo francês Hugues de Varine, para quem o museu é um espelho em que a comunidade se olha e se reconhece”, explica a gerente da divisão de Educação Ambiental de Itaipu, Silvana Vitorassi.
Identidade
Na sala seguinte, uma maquete de 10 metros de comprimento por 7,6 de largura, uma das maiores do país, permite que o visitante faça uma viagem pedagógica pela fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Sob o piso transparente, a dimensão da bacia hidrográfica, o relevo e as ações de preservação e sustentabilidade que vêm sendo desenvolvidas impressionam.
Oito monitores com telas “touch screen” exibem informações de cada um dos 29 municípios da bacia e as ações desenvolvidas. Depoimentos de moradores envolvidos diretamente nos projetos de educação, recuperação e preservação ambiental realizados dentro do Programa Cultivando Água Boa ajudam a mostrar que a união de esforços é fundamental quando se trata de meio ambiente.
Por ano, cerca de 1,5 mil alunos são diretamente orientados em visitas ao museu. As exposições, em conjunto com uma cartilha pedagógica que está sendo elaborada por especialistas e que será distribuída nas escolas da região, serão uma das ferramentas de educação ambiental voltada aos estudantes.

 Fabiula Wurmeister, da sucursal
Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo

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